terça-feira, julho 25, 2006

Abençoada solidão???


"NÃO PRECISAR DE NINGUÉM É NUNCA ESTAR SÓ. EU BUSCO A ABENÇOADA SOLIDÃO".

Essa frase me tirou da lerdeza com que vinha lendo "A cura de Schopenhauer". Já haviam me preparado de que o filósofo é osso duro de roer, mas achei incrí­vel o fato de chegar nesse capí­tulo justamente na hora em que as palavras fazem sentido pra mim e combinam com as coisas sobre as quais ando refletindo nas últimas 36 horas.

Indo direto ao assunto, tenho me questionado até que ponto as pessoas que nos fazem companhia estão realmente dispostas a nos acompanhar. E se não seria mais fácil fazermos de tudo para sermos tão independentes dos outros a ponto de não nos submetermos aos caprichos deles e nem cairmos na tentação de impor nossa presença e nossos próprios caprichos.

Conviver é tão difí­cil. O carrancudo do Schopenhauer disse que "felizé © o homem que consegue evitar a maioria de seus semelhantes". Que as crí­ticas venham, mas me peguei pensando se iss não é© verdadeiro. Tá certo que toda a história de vida do cara o levaram a ter uma visão do mundo muito mais pessimista do que eu poderia conseguir. Não posso dizer que já fui tão infeliz a ponto de achar que o resto da humanidade é totalmente dispensável. Contudo, até que ponto é justo sermos acusados de egoí­stas, individualistas e o diabo a quatro somente por não aceitarmos as "regras" de convivência em sociedade?

Dizem que quem quebra as regras e age de acordo com sua própria consciência é autêntico. Mas não é tão simples assim usar toda essa autenticidade. Ainda têm os pré-conceitos da religião, a que somos impostos desde antes da alfabetização. A questão do "dar a outra face para bater" é uma exigência sobrehumana. Fazer o bem sem olhar a quem e nem esperar nada em troca também é difí­cil. O pior é quando vocêª se esforça para fazer isso e as pessoas abusam. E aí­ voêê ã£o pode mostrar o quejá ¡ fez para provar que você não é tão mau assim e que não são justas as acusações que lhe fazem porque outras vezes você já mostrou o quão bom você pode ser. Isso é cobrar favores, acusam.

Complicado, complicado e complicado. E eu não consigo chegar a conclusão nenhuma. Me isolar não consigo ainda...mas acho que muita coisa deve ser mudada. No tal capí­tulo do livro, o cara explica porque não se importa mais com a opinião das outras pessoas sobre ele mesmo. Com certeza, é nesse ní­vel que quero chegar.

"...Mas acho também que a opinião que o outro tem de mim não altera, ou não deve alterar, a opinião que tenho de mim mesmo.
- Sou mecânico e desumano - retrucou Tony.
- Desumano mesmo era quando eu deixava que minha autoestima flutuasse como uma cortiça de acordo com o que os outros achavam de mim."

Ah, difí­cil mesmo é estar sozinha quando se tem um bom livro em mãos.

P.S. A cura de Schopenhauer também é de Irvin Yalom, o cara que escreveu "Quando Nietzsche chorou", do qual já falei aqui :)

6 comentários:

Unknown disse...

Eu tenho uma solidão em mim que aprendi a aceitar e respeitar... Mas, não, nunca vou consiguir me isolar... Amo gente... Adoro...

Por isso, prefiro viver meus momentos de solidão rodeada de pessoas!!!

T disse...

Eu estou na busca pela autosuficiencia desde que nasci. Quem disse que nenhum homem pode ser uma ilha? Odeio ele. Vou escrever sobre isso hoje...

Anônimo disse...

Amiga. To escrevendo aqui só pra vc saber que li!rs
Minha opinião sobre o assunto já te dei...
bjs
ps: o mundo perderia uma pessoa genial vc resolvesse ser uma ilha :)

Anônimo disse...

Here are some links that I believe will be interested

Moacyr Rodrigues disse...

Tentei debater seu texto, mas é difícil fazê-lo com alguém que possui uma opinião tão formada assim, ou em processo de superformação, com opiniões exacerbadas sobre assuntos simples.

(na opinião de um cara que errou muito em relacionamentos, mas devido a isso aprendeu muito)

Sinceramente, fiquei com o "coração" gelado ao ler o texto.

Tente ver o outro lado, talvez obscuro, mas basta tirar o véu, que uma luz pode clarear.

Anônimo disse...

Nice idea with this site its better than most of the rubbish I come across.
»